A interiorização da UFAL não ocorreu na gestão atual da Universidade. Tivemos a oportunidade de vivenciar a primeira interiorização da UFAL, ainda como estudante da primeira turma do Curso de Agronomia, em 1975, no município de Viçosa, com a criação do Centro de Ciências Agrárias (CECA) na Fazenda São Luiz, e depois como professor daquele centro, quando defendemos, intransigentemente, a permanência da instituição em Viçosa.
Mas, como lá só funcionava o ciclo profissional do Curso de Agronomia e a infra-estrutura da Fazenda não atendia, minimamente, as atividades de ensino, pesquisa e extensão necessárias ao bom funcionamento do curso, não foi possível manter o centro no interior, pois naquela época os recursos financeiros do governo federal eram insuficientes, além da inexistência de uma política bem definida de interiorização no país, o que culminou com a transferência do CECA para Maceió em 1984.
Tivemos, também, a oportunidade de vivenciar a segunda interiorização da UFAL como protagonista, pois como Diretor do CECA (gestão: 1988 – 1992) defendemos junto à reitoria a aquisição das instalações do Ex-PLANALSUCAR, localizado em Rio Largo, para abrigar o CECA que não tinha suas bases físicas e ocupava uma parte do prédio do Centro de Ciências Exatas e Naturais (CCEN) no Campus A. C. Simões. Nessa defesa contamos com o apoio da comunidade acadêmica do CECA e do CONSUNI.
O pleito foi vitorioso e as instalações do Ex-PLANALSUCAR, incluindo a antiga Destilaria, os seus recursos humanos (pesquisadores e técnicos) e todo o acervo tecnológico passaram para a UFAL em 1990. Contudo, naquele momento, o Campus Delza Gitai (nome dado àquelas instalações) não abrigou de imediato o CECA, o que veio a ocorrer após cinco anos, quando - como Pró-Reitor de Planejamento e Coordenação Geral da UFAL, na gestão do Reitor Rogério Moura Pinheiro, e como Presidente da Comissão Responsável pela Apresentação de Proposta ao CONSUNI sobre a transferência do CECA para aquele Campus - conseguimos resgatar o pleito.
O CECA, hoje, é exemplo de sucesso de interiorização, pois é a Unidade Acadêmica que mais cresce na UFAL. Na época da sua transferência de Maceió para Rio Largo tinha apenas um único curso – Agronomia - com 58 docentes, dos quais 31,0% eram graduados, 51,7% eram mestres e 17,3% eram doutores. Atualmente conta com dois cursos de graduação (Agronomia e Zootecnia), uma especialização (Proteção de Plantas), três mestrados (Agronomia, Zootecnia e Proteção de Plantas), um doutorado (Proteção de Plantas), além dos projetos de implantação de novos cursos para 2012, sendo dois de graduação (Biotecnologia e Engenharia Florestal) e dois de pós-graduação (Mestrado Profissional em Energias Renováveis e Doutorado em Agronomia), e 63 docentes, dos quais 4,8% são graduados, 23,8% são mestres e 71,4% são doutores.
Portanto, precisamos, na verdade, que a gestão superior da UFAL adote uma política responsável que permita eliminar os atuais entraves da interiorização, acreditando que é possível construir uma Universidade de sucesso.
Prof. Paulo Vanderlei Ferreira
Diretor do CECA e Candidato ao Cargo de Reitor da UFAL
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