O início de 2011 tem sido marcado, particularmente, por uma série de protestos e de reivindicações da comunidade acadêmica, com destaque para os Campi de Arapiraca e do Sertão da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), no tocante ao funcionamento da instituição e às condições de infra-estrutura básica para a boa execução do ensino, pesquisa e extensão.
Chama a atenção o envolvimento espontâneo não apenas de estudantes, mas de técnico-administrativos e de professores, numa clara demonstração de descontentamento e indignação dos que fazem a UFAL no interior do Estado com a insuficiente estrutura criada pela própria Universidade, para o devido funcionamento dos seus cursos, ao ponto de alguns deles sequer terem obtido conceito a partir da avaliação do Ministério da Educação (MEC), minimamente necessários para sua permanência, em um cenário de precariedade como foi o caso da Enfermagem, Agronomia e Medicina Veterinária.
A chegada da UFAL no interior representou, sem dúvidas, uma esperança para a inclusão social e o desenvolvimento sustentável do Estado de Alagoas, colocando o ensino público superior em locais com excessivas carências de conhecimento em todos os níveis, particularmente no nível superior. Nesta perspectiva, aproximadamente 4.500 estudantes passaram a ter uma oportunidade de acesso a Universidade, em busca de conhecimento, e os municípios uma oportunidade de fortalecer suas políticas públicas e de terem contato direto com a produção acadêmica, revertendo em benefícios para toda a região.
No entanto, os obstáculos encontrados dão conta de uma realidade distante ainda do potencial que a interiorização pode produzir. O tratamento dispensado pela atual gestão à interiorização é algo que merece a reflexão de toda a comunidade acadêmica da UFAL e de toda a sociedade alagoana. Mesmo contando com um corpo docente de alto nível e compromissado com a interiorização, os projetos pedagógicos dos cursos implantados, com um quadro reduzido de servidores, principalmente de docentes, comprometeram a qualidade do trabalho executado, em função de uma carga horária excessiva e de um número elevado de disciplinas por professor, além de outros fatores estruturais. O momento exige muita responsabilidade e compromisso coletivo com o desenvolvimento e o fortalecimento desses campi, pois do contrário estaríamos renunciando a possibilidade concreta de inclusão social e de desenvolvimento sustentável do Estado de Alagoas.
Nos estados próximos de Alagoas, a interiorização foi implantada e gerenciada com sucesso, a exemplo de Sergipe, Pernambuco, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. Portanto, precisamos, na verdade, adotar uma política que permita eliminar as atuais limitações de curto, médio e longo prazo, acreditando que podemos construir uma Universidade mais atuante, progressista, de excelência acadêmica, participativa e comprometida na busca de uma sociedade igualitária, harmônica, com oportunidade para todos no interior e na capital.
Prof. Paulo Vanderlei Ferreira
Diretor do CECA e Candidato ao Cargo de Reitor da UFAL, #EuAcredito
eu sou da turma do seu neto Rubens Paulo estou torcendo pela sua vitória!
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