A Universidade Federal de Alagoas (UFAL) completou 50 anos em janeiro do corrente ano, como a única Universidade Federal do nosso estado.
Desde que foi criada tem passado por grandes transformações, tanto físicas quanto de concepção. Nessa perspectiva, a instituição procurou se integrar à sociedade, com o fim de compartilhar os problemas, os desafios e ajudar no desenvolvimento nacional, regional e local.
Após comemorar o seu cinqüentenário, qual a posição da UFAL comparada com as outras Universidades Federais Cinqüentenárias? Esta é a pergunta que toda a comunidade acadêmica e toda a sociedade alagoana gostariam de saber.
Comparando a UFAL com duas Universidades Cinqüentenárias, uma da região sul, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e outra da região nordeste, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em relação aos indicadores de recursos humanos, do ensino de graduação e de pós-graduação, no ano de 2009 (Quadro 1), verifica-se o seguinte:
a) Com relação aos indicadores de recursos humanos, a UFSC e a UFRN têm, respectivamente, 38,9% e 37,7% mais docentes efetivos, 147,9% e 93,4% mais docentes doutores, 62,5% e 49,5% mais docentes doutores e mestres juntos, 86,5% e 106,4% mais servidores técnico-administrativos efetivos e 54,4% e 5,0% mais servidores técnico-administrativos efetivos de nível superior que a UFAL.
b) Com relação aos indicadores do ensino de graduação, a UFSC e a UFRN têm, respectivamente, 4,8% e 3,6% mais cursos presenciais, 183,3% e 100,0% mais cursos de ensino a distância, 46,4% e 41,4% mais alunos de cursos presenciais, 111,6% e 30,8% mais alunos de cursos de ensino a distância, 62,5% e 84,3% mais alunos diplomados de cursos presenciais, e 407,8% e 114,6% mais alunos presenciais assistidos com diversos tipos de bolsas de graduação (monitoria, PET, iniciação científica, permanência, extensão, estágio/empresa, cotas, etc.) que a UFAL.
c) Com relação aos indicadores de pós-graduação, a UFSC e a UFRN têm, respectivamente, 950,0% e 616,7% mais cursos de especialização, 143,5% e 91,3% mais cursos de mestrado, 616,7% e 300,0% mais cursos de doutorado, 197,9% e 177,7% mais alunos de especialização, 298,6% e 165,0% mais alunos de mestrado, 1.452,6% e 398,7% mais alunos de doutorado, 300,5% e 111,4% mais dissertações defendidas, 1.618,2% e 472,7% mais teses defendidas, e 35,5% e 18,2% acima da média geral do conceito CAPES do mestrado e 17,4% e 9,5% acima da média geral do conceito CAPES do doutorado que a UFAL. Além disso, a UFAL só tem um curso de pós-graduação, nível doutorado, na faixa de excelência, enquanto que a UFSC tem 41,1% dos cursos de mestrado, sendo 32,1% com conceito 5, 7,1% com conceito 6 e 1,8% com conceito 7, e 58,1% dos cursos de doutorado, sendo 46,5% com conceito 5, 9,3% com conceito 6 e 2,3% com conceito 7, nesta faixa; e a UFRN tem 15,9% dos cursos de mestrado, sendo 13,6% com conceito 5 e 2,3% com conceito 6, e 33,3% dos cursos de doutorado, sendo 29,2% com conceito 5 e 4,2% com conceito 6, nesta faixa.
Pelo visto, a situação da UFAL é muito preocupante para uma Universidade cinqüentenária. É preciso melhorar, substancialmente, os indicadores de recursos humanos, de cursos de graduação e de pós-graduação.
O gestor máximo da UFAL, que é o verdadeiro protagonista, deve ter consciência de que é preciso adotar uma política permanente de valorização e qualificação dos servidores (professores e técnico-administrativos), além de defender junto ao governo federal concurso público para aumentar os seus efetivos de servidores; investir na melhoria dos projetos pedagógicos dos cursos de graduação existentes e criar novos cursos de graduação; investir na assistência estudantil, através do aumento significativo no número de bolsas acadêmicas (monitoria, PIBIC, PET, extensão e estágio), do acesso ao restaurante universitário para toda a comunidade acadêmica, do atendimento médico-odontológico e da residência universitária para todos os estudantes que necessitarem; investir na segurança em todos os Campi com uma segurança comunitária; investir na melhoria dos cursos de pós-graduação existentes, bem como criar novos cursos de pós-graduação Lato Sensu e Stricto Sensu; entre outras ações.
Dessa forma, terão uma UFAL mais atuante no Estado de Alagoas, progressista, de melhor qualidade acadêmica, participativa e comprometida na busca de uma sociedade igualitária, harmônica, com oportunidade para todos no interior e na capital.
Prof. Paulo Vanderlei Ferreira
Diretor do CECA e Candidato ao Cargo de Reitor da UFAL
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